quinta-feira, janeiro 16, 2014

Seri'ously #7 - The Ultimate Showrunners Fighting Championship

No mundo das séries, a esfera dos barraqueiros está por toda parte. Os fanboys caprichetes que ficam putos com o fim dos seus shippers (vi um desses agora a pouco pelo fim do "Haleb" de Pretty Little Liars), os xiitas que te chamam de recalcado caso você critique a série favorita dele (houve vários desses na era tenebrosa e atual de The Vampire Diaries), os atores que não se bicam e trocam indiretas no Twitter e, o creme de la creme: os showrunners desesperados por audiência.

Barraco é uma coisa nobre. É algo que até mesmo os grandes produtores executivos de séries estão empenhados em fazer pra ver se chama atenção da mídia ou do público e levar algumas dúzias de pessoas para ver o seu programa. Levante a mão quem nunca barracou pra chamar a atenção? Shonda Rhimes, você pode abaixar a sua porque você é a Top 1 da lista (lembra da última com a Amy Sherman-Palladino porque Bunheads não tinha nenhuma atriz negra? Pois é, Shonda defendendo cotas até nas séries).

Para os showrunners, produtores executivos e criadores das séries, existe um fator que implica diretamente na garantia de mais uma temporada, logo, de mais dinheiro na sua conta corrente: o demográfico. A audiência total é sim importante, mas para os efeitos de propaganda e marketing, apenas o demográfico interessa. E é aqui que a guerra começa.

Essa semana, a guerra se intensificou na área "desprezada" (entre aspas, porque é do interesse deles sim) pelos grandes canais, mas que gera tanto lucro quanto: o demográfico feminino entre os 18 e 34 anos.

E imagine que você é um show estreante e precisa alavancar os seus números no mesmo horário que uma outra série de apelo popular similar. Imaginou o cenário? Pois então, esta é a posição da experiente Julie Plec (a vaca que destruiu The Vampire Diaries, mas não entraremos no desmérito hoje).

Julie estreou seu projeto, The Originals, quando Pretty Little Liars (projeto liderado por Marlene King, com Oliver Goldstick e Lisa Crochan-Neilan na produção) entrou em férias. Apenas uma única vez haviam disputado o horário. E Pretty Little Liars havia vencido (cerca de um milhão no total de telespectadores e dois décimos no demográfico a mais).

Diante disso, a equipe de produção da CW ousou. Não só ousou como sambou na cara da concorrência para tentar, finalmente, bater de frente nos números com uma campanha de marketing atípica: foram na emissora rival (ABC Family, no caso) e compraram uma fatia do tempo de propaganda, como qualquer outro anunciante, e fizeram a chamada de The Originals, com os dizeres: "Se você está cansado da mesma estória de quem é '-A', troque de canal agora, descubra sobre o que todos estão falando a respeito e conheça o verdadeiro bad 'A'ss". Reportagem do Zap2It aqui: migre.me/hsP2G

Uma cutucada nada sutil à King e sua equipe, eu diria. Mas a Rainha Trolladora deu sua resposta sem descer do salto, com campanha nas páginas e redes sociais de sua série com um nada digno "BITE ME. -A". A briguinha acabou sendo inútil pra Julie Plec e The Originals, que amargurou mais uma derrota na audiência (números similares ao episódio de outubro em que se enfrentaram) e, desta vez, não teve sucesso nas redes sociais, enquanto Pretty Little Liars emplacou três hashtags entre os assuntos mais comentados do mundo.

O ponto do texto é: foi válido? Quem estava certo?

Na minha opinião, ambas estavam certas. Jogaram e tentaram com o que tinham chamar público para os seus programas. E ainda deram uma cutucada na outra (aliás, pessoal da CW está certíssimo, ninguém aguenta mais esse drama de "quem é '-A'?", embora precisem olhar pro seu próprio umbigo que tem algumas séries lá que ninguém mais aguenta sobre "casal original", registra-se).

No mundo das séries, tudo é válido. No mundo sombrio dos produtores executivos e dos executivos-chefe das emissoras, tudo é mais válido ainda. Que a briga seja saudável e dure por muito tempo pra alimentar a discórdia entre os fãs, quem sabe assim os roteiristas se tocam e melhorem a qualidade de seus textos. Oremos.

Sobre a coluna: a coluna Seri'ously apresenta a opinião do autor sobre o mundo das séries.

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