[Review] Pretty Little Liars - 4x15 - Love ShAck, Baby

Tirando o lacre do novinho. E se arrependendo por isso.

Se tem uma coisa que Pretty Little Liars ultimamente mais vem sabendo fazer é dar tiros certeiros no próprio pé. Mas, diferentemente do que há muito tempo não acontecia, este episódio terminou e eu não me senti ofendido pelo que foi exibido. O que já é louvável, eu diria, se tratando de Marlene King.

Tia King, aliás, vem preparando até demais o terreno para os futuros acontecimentos da série, e isso tem me incomodado. A falta de dinamismo das cenas, a sensação de ser levado sempre à estaca zero e de nunca sair do lugar é o que mais tem me feito perder o interesse na série, embora este episódio tenha até tentado nos engrenar e talvez por isso eu tenha desgostado menos do que dos últimos ("desgostado menos", olha onde chegamos, Brasil).

No episódio desta semana desta crocância saborosa com sabor de brócolis, o destaque fica por conta de menina Hanna, como tem sido recorrente. Hanna estava de coração partido e ela utilizar uma máscara pra fingir que tudo estava bem é a prova disso. Quem não lembra da crise de menina Hanna indo pra escola de moletom? Pois é. Vê-la bem é o extremo oposto de estar bem.

Mas isso ainda não justifica as ações da moça a respeito do diário da Alison. Diário que ela tentou abrir com a faquinha de margarina. E que a gente lembra essa informação porque é extremamente útil, só que não. As Liars não compreendem que menina Hanna só tem um neurônio e que demorou sei lá quanto tempo pra conseguir decifrar como funciona o cadeado e como abri-lo com a tal faquinha de margarina, e por isso brigam com a famigerada loira. Coitada da Hanna.

Só que as coisas para Hanna ficam mais próximas ao que ocorre nas séries de livros de Sara Shepard (e você que leu já sabia que isso aconteceria um dia) e temos Alison retornando em flashbacks para nos contar que Hanna Gorduchinha tirou o lacre de Michelangelo e é uma papa-anjo. Ezra é um pedófilo e todos acham normal, a menina liberar o Tobias dela pro irmão da melhor amiga é um crime hediondo. Coerência, pra quê?

O legal é que Aria é a que menos arreganha os olhos pelo assunto, até porque se abrisse-os mais não teria mais espaço em sua cavidade ocular, mas ainda assim. Ligou o foda-se e disse "amiga, meu irmão tinha uma queda e um tombo por você, é suuuuuuuuuuper normal você liberar a pepeca pra ele". Prevejo Liars querendo mais amigas como a Zoiudinha neste momento.

A solução pra fossa de Hanna é arranjar um novo potencial romântico. Pelo menos é o que os produtores optam e eu acho errado. Por mim, eu daria um tempo pra Hanna, não forçasse nada e a colocava para interagir com a Mona ou com outra Liar, por exemplo, não embutir Travis dessa forma brusca na série. Era claro que ia ter mimimi de fã xiita pronta pra abandonar a série por esse motivo - como se esse fosse o mais grave problema de Pretty Little Liars, não é mesmo? Nem vou comentar na pegada na mão, porque de pegada só Alison entende.

Sim, e Emily é uma das poucas a ter saboreado na "pedra do beijo". E por isso ainda fica de cú doce pra lá e pra cá por causa da não-morte de Alison, tendo até sonhos eróticos discutindo a relação com a ex-loira-defunta. Posso pular pra próxima Liar, cansei da Emily por umas duas temporadas já.

Mudando de foco e parando em Spencer, ela estava mais revoltada do que a vestimenta nesse episódio. Eu nunca ligo para o que as quengas vestem, mas a roupa de Troian Bellisario estava uma mistura de Inspetor Bugiganga, com Sherlock Holmes de visita em uma butique da Coco Channel pirata do Brás aqui em São Paulo. O negócio tava tão ruim - sim, pior que a Chiquinha da Mona na semana passada - que eu tive que voltar do começo, minimizar o player e ouvir o diálogo, porque olhar aquilo tava complicado.

E o assunto era Sra. DiLaurentis e Papai Hastings. Peter, que fica mentindo para Mamãe Hastings sobre suas atribuições e fica encontrando a ex-amante para "conselhos legais" e desmarcando com Zé Tobias, colocando o Caso Redley em stand-by, deixou Spencer doida do cú a ponto de armar barraco e chamar Sra. DiLaurentis de "destruidora de lares". Coisa feia, Mrs. D.

O destaque de Spencer é mesmo para a história de Toby e o que envolve o Caso Redley, todo mundo sabe que alguma coisa grande aconteceu, mas todos têm medo de ir mais fundo - e claro que uma propina ali ou um suborno pro Papai Hastings ele iria tirar o foco do processo e falar que Maria Catarrão não era nem uma suicida, nem uma vítima e sim que sofreu um acidente. Ok, então. Bom que Spencer mandou Papai tomar no orifício com o nome do namorado dela e foi morar com Zé Tobias.

Para Zoiudinha, a gulosa ainda segue fingindo que não quer saber do Ezra, mas ainda quer liberar a pepeca pra ele, mesmo estando com Jake. Mas isso ficou em segundo plano quando ela se juntou às quengas e partiram para uma viagem pra sabe-se lá onde atrás de Alison - e acabaram decodificando suas histórias do diário e indo parar na cabana do Ezra porque o carro da Emily pifou.

O que nos leva ao Ezra. Eu odeio Ian Harding com todas as minhas forças, ele era uma grande bosta como ator, mas o que ele tem feito com Ezra nessa fase "creepy" é a melhor coisa desde que Mona foi revelada como '-A'. Sério, até eu tô com medo desse ser. E invadir a casa de Mamãe Marin atrás do caderninho de Alison foi a cena mais divertida do episódio - ainda que previsível.

Sem sucesso, ele também foi pra sua cabana, onde as jumentas deixaram o caderno com todas as suas anotações e dicas livre para que Ezra pegasse, desse um susto nelas e elas ficassem como sempre: com cara de cú recebendo mensagem de '-A'. Que agora está a um palmo de Ali.

Com isso, espero e torço para que o episódio da próxima semana venha empenhado nessa busca. Esqueça Psicopaige, Tobias, as mães da quengas e qualquer who avulso sem importância. Foquem o próximo episódio inteirinho nisso. Mas acho que isso é sonhar demais.