quarta-feira, janeiro 22, 2014

[Review] True Detective - 1x02 - Seeing Things

"Eu sei quem eu sou."

Em seu segundo capítulo, True Detective acaba trazendo um episódio tão pragmático quanto o primeiro, rico em detalhes, mas não tão eficaz quanto. Apesar da forma excelente que a série tem criado e cultivado seu arco e a relação dos seus protagonistas, e com seus momentos finais, True Detective faz um episódio não tão interessante quanto o primeiro.

Mas isso não é desmérito da série, chega até a ser compreensível tirar o pé e mostrar um pouco mais das histórias que acercam Marty e Cohle, principalmente quanto a tentar contar as relações extra-conjugais do primeiro e o passado obscuro do segundo. Porque sim, todos notamos menina Alexandra Daddario nua. E, sim, todos nós gostamos. E nunca mais vou olhar pra menina Annabeth em Percy Jackson com os mesmo olhos.

Voltando ao clima bucólico/melancólico da série, repare a mensagem incrivelmente bem pontuada no roteiro, a respeito do processo de feminismo que ocorre no início dos anos 90, com as mulheres tendo mais liberdade e como eles utilizam o Marty, um policial "de família" e do tipo "rústico" tendo de lidar com tudo o que é dito. Ver que, embora Lisa seja uma amante, ela quer algo mais, e não deve ficar esperando para que Marty não esteja mais casado. Note também o posicionamento da própria Maggie, que não aceita a imposição do marido e ocorre a discussão.

Só que o que acaba abrilhantando toda a questão da crise familiar de Marty não são os diálogos com a esposa, mas sim o choque ao ver que seu trabalho está influenciando o seu ambiente familiar, com suas filhas praticamente recriando uma cena de assassinato enquanto brincam de boneca.

Porém, o destaque do episódio fica todinho com Matthew McConaughey novamente e como seu Rust Cohle é um personagem incrivelmente cativante por ser essa aura de mistério que o envolve. Como o título do próprio episódio diz, somos trazidos ao fato de que o Cohle teve alucinações e como ele fazia para discernir o que é real do que não é.

Mas isso acaba que não interfere nos seus atributos como investigador, apesar de utilizar drogas devido ao seu tempo como infiltrado na Narcóticos e como isso lhe atingiu. Rust tem uma capacidade de retirar e encontrar pistas que surpreende a qualquer um. Primeiro, em uma cena intensa de luta para descobrir a localização do prostíbulo que Dora Langue estava ficando, e depois para seguir a pista da Igreja e lá encontrar o desenho de uma mulher com galhadas na parede.

Apesar de dar uma encaminhada no caso, o melhor momento do episódio acaba sendo a discussão um tantinho acalorada entre Rust e Marty, quando Rust indaga sobre o caso do seu parceiro e que está cheirando a "sexo". É engraçado que, neste ponto, quando Rust questiona as ações do Marty ele acabe agindo de uma forma até exagerada e, neste caso, o próprio Rust acabou fazendo as perguntas devido ao próprio esteriótipo que o Marty criou de si mesmo: um cara de família, que acredita na palavra do Senhor e um homem exemplar. Bem, ele não é isso.

Com a força-tarefa criada pelo governo tentando pegar o caso pelos fatores "religiosos" e "satânicos" do modus operandi do serial killer em questão, Rust e Marty vão ter que seguir o que têm em mãos e encontrar suspeitos e provas concretas já nos próximos episódios, enquanto nós ficamos aguardando por ele.

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