quinta-feira, abril 17, 2014

Seri'ously! #12 - Como diria River Song: 'spoilers!'

*/ ATENÇÃO, este texto contém spoilers intencionais sobre Game of Thrones e Pretty Little Liars, considere-se avisado. /*
"Did you miss me?".

A icônica e marcante frase proferida por Alison DiLaurentis em seu retorno como uma personagem efetivamente viva à Pretty Little Liars cai com perfeição a este momento: vocês sentiram minha falta? Ah, qual é, não precisa responder. Nossa pequena e já gloriosa coluna de quinta está de volta depois de um pequeno hiato de spring break - embora aqui seja começo de outono, mas fall/autumn break não soa tão divertido quanto spring break.

O recesso tem motivos honestos, eu juro, caro leitor. Peço ainda um pouco de compreensão a você que me acompanha nessa saga semanal durante um período porque, sim, a coluna pode sofrer com algum outro período de escassez criativa ou de falta de tempo até meados de maio, quando, enfim, estarei livre da insalubre atividade de monografia para graduação.

Por este motivo, pegarei mais leve com os assuntos, tentarei trazer algo um pouco fora do ambiente renegado e quase indie dessa coluna, voltando ao aspecto mais mainstream. Na próxima semana, por exemplo, vamos falar da arte e da impecabilidade de algumas produções no cuidado de seus créditos iniciais, as tão aclamadas aberturas. Mas nesta, vamos falar de algo que alguns amam e outros odeiam: spoilers.

E eu já comecei este texto com um spoiler gigante a despeito de um episódio-chave (embora chato pra caralho e cheio de avulsidades, como sempre) de Pretty Little Liars. Desculpe por isto, mas foi proposital. Com esse fluxo desenfreado de informações em redes sociais e até em veículos de informação, quando saber que você está livre para falar daquela morte, ou daquele acontecimento de um determinado episódio de uma determinada série?

É difícil, eu sei bem. Agora no meio de tantos finais de temporada que se aproximam em maio, é um momento mais do que propício para que você, coleguinha, não acabe com os sonhos do seu amiguinho e estrague um episódio por ser deselegante. Sandra Annenberg não curtirá isso.

Antes, um pouco da teoria para o leitor sempre dummie querido da minha vida que não sabe o que é um spoiler: Spoiler é a prática de fazer revelação de fatos importantes, ou mesmo, do próprio desfecho da trama, que, na maioria das vezes, prejudicam ou arruínam a apreciação da obra em questão pela primeira vez.

Apesar de usarmos a termologia em inglês, o spoiler tem sua versão em português, que define esta prática como espoliação, derivado do inglês para aquele que estraga ou aquele que subtrai deteriorando, degradando, dilapidando ou depredando algo. Com uma definição tão culta quanto essa, estou até mudando o meu uso aqui e adotando espoliação para a vida. Só que não, é claro.

Segundo a mãe Wikipédia, aquele antro de pensadores contemporâneos tais quais Valesca Popozuda, "o espoliador pode ser perpetrado de modo inconsciente, ao ser comentado por um indivíduo (interlocutor) despercebidamente, numa conversa, dessa forma o espectador (receptor) pode de forma igualmente inadvertida ser exposto ao espoliador, a espoliação também pode contrariamente ser fruto de uma elucubração intencionalmente planejada e perpetrada". Depois de ler cinco vezes a este parágrafo, acho que meu cérebro deu curto.

Agora, falando sério, não queremos discutir a que ponto você é adepto e simplesmente não liga de receber um spoiler, mas sim mostrar que nem todos somos fãs assim de ver o que vai acontecer em determinado episódio por não tê-lo assistido ao vivo (simultaneamente a você, no caso) e sair, em maioria, xingando muito no Twitter ou gritando para os Sete Reinos de Westeros.

Sim, mais uma conexão proposital neste texto. Não é porque eu não assisti ao episódio em simultâneo com o resto das pessoas que eu precisaria saber que Joffrey Lannister morreu no episódio do último domingo de Game of Thrones. Se você não sabia, desculpe por isto também. Não precisava disso. Vi que alguém comentou que "desde quando spoiler de Game of Thrones é spoiler?". Colega, ninguém é obrigado a ver ao mesmo tempo que você, às vezes pessoas simplesmente não tem a mesma disponibilidade que você. Todo spoiler é spoiler. Não é porque estarei vendo o final de temporada de Scandal hoje a noite em simultâneo com os Estados Unidos que estarei automaticamente liberado para comentar sobre os pontos chave do episódio. É simples questão de respeito.

Como exemplo, temos a nossa amiga Roberta Valentim, responsável atual de séries como Glee e The Vampire Diaries neste blog, do outro lado do Atlântico e com um fuso horário maldito de quatro horas que não a permite ver, ao mesmo tempo que nós deste lado do Atlântico, ao episódio. Isso não quer dizer que só porque eu vi o episódio eu possa ir até o grupo do WhatsApp e espolia-lá (gente, tô até aprendendo a conjugar esse verbo...).

Claro que há coisas que deixam de ser spoiler quando se passa um tempo, por exemplo, se você não sabe quem é o assassino de Laura Palmer em Twin Peaks, você provavelmente é uma das poucas pessoas perdidas em todo o universo que não sabe. Receber esta informação não é ser spoilado, afinal, fazem mais de 20 anos que houve a revelação.

Não precisa-se passar 20 anos para que algo deixe de ser spoiler, este não é meu ponto, o ponto é que os spoilers expiram, passa-se um tempo e você pode falar abertamente em suas redes sociais sem acabar com a graça do episódio para o amiguinho desavisado, afinal, aí sim será problema do coitado em questão. O fato é que até pra isto precisamos ser responsáveis.

Lendo umas páginas iniciais de Divergente, de Veronica Roth, temos ela falando sobre a característica das facções, dentre elas a Abnegação: ser altruísta. Seja um pouquinho altruísta na vida e pense no próximo, porque você pode ser o espoliador/spoilador de hoje, mas pode ser o espoliado/spoilado de amanhã.

Ok, esse parágrafo com moralzinha escrota ficou uma bosta, mas vai ficar aí porque sim. Apenax. O fato é que você pode querer comentar sobre determinado episódio, acho justo que você tenha esta tal liberdade, mas não em espaço em que a pessoa, claramente, não esteja buscando pela informação. Existem trackers e redes sociais específicas para isso, vá pro Banco de Séries ou pro Orangotag que lá é seu lugar. Ou vá para reviews que existem aos montes. Se não um unfollow querido você vai receber, e nem adianta perguntar "por quê?".

NOTA DO AUTOR: Que fique claro que, segundo consta, spoilers de mentira (faux-spoiler) são liberados para trollação geral. O que vale é a sambada na cara do amiguinho em primeiro lugar, é claro.

Outra regra importante é o que é relacionado aos realities shows. Este tipo de programa são imediatistas, ninguém que o vê, está assistindo há 3 meses após seu término. Isso não existe. Claro, há exceções a esta regra. Programas como realities shows, por seu caráter de ser ao vivo e em tempo real, permite ao telespectador reagir nas redes sociais de maneira ávida praticamente em simultâneo aos seus acontecimentos em tela. Neste caso, cabe a você que não quer receber o spoiler se abster das redes sociais neste momento.

Pra você que tem dificuldades de entender quando eu posso soltar um spoiler na timeline alheia sem ser considerado um spoiler, nossa amada internet tem um guia completinho falando quando se pode spoilar sem ser inconveniente. Por exemplo, tem, inclusive, um vídeo do College Humor com diversos atores explicando a etiqueta do spoiler.


Next, on Seri'ously!: Nos próximos capítulos desta coluna, tenho programado algumas discussões que o mundo das séries precisam, por exemplo, o porque de comédias e programas policiais serem #1 e líderes de audiência de seu timeslot; o declínio absurdo da Fox e o que isso custará à sua grade; ainda falando da Fox, o declínio do American Idol, que passou sete anos consecutivos como o programa mais visto da América e olha só onde chegamos; e, claro, em versões especiais e fora da periodicidade, comentaremos os upfronts de maio, o evento mais importante do ano para as emissoras e seus patrocinadores, falando sobre as novas grades das mesmas. Fiquem ligados.

Sobre a coluna: a coluna Seri'ously! apresenta a opinião do autor sobre o mundo das séries.

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